Notícias

Imagem: maxxyustas, de envatoelementsSetor logístico espera um 2021 sem tantos impactos

05/04/2021

As mudanças provocadas pela pandemia da Covid-19 estão cada vez mais evidentes. A forma da sociedade interagir com o que está no seu entorno e os efeitos econômicos ainda terão diversos desdobramentos, segundo especialistas. Com a crise, diversos setores precisaram se reinventar de forma rápida, desenvolvendo habilidades que não estavam previstas para o momento. Esse cenário impactou de forma direta o setor de logística, que precisou atender um número muito maior de pedidos. O segmento precisou se estruturar e trabalhar com prazos mais curtos, já que o comércio eletrônico, que depende diretamente, apresentou um forte crescimento em 2020.

Segundo o indicador Mastercard SpendingPulse, o e-commerce teve um crescimento de 75% no ano passado, quando comparado com o ano de 2019. Uma das justificativas para tamanho aumento, se deu pelo isolamento social. Agora, com um aumento dos casos da pandemia no Brasil, que superou a marca de 320 mil mortes pela doença, o setor de logística se atenta para que o ano de 2021 não tenha tantos prejuízos, mas trabalham com a expectativa de um ano de recuperação econômica.

De acordo com o diretor de negócios do Condomínio de Negócios (Cone), Fernando Perez, as medidas de isolamento que são implantadas hoje, não impactam tanto assim o setor, já que aprenderam com o que aconteceu em 2020.

Um dos principais obstáculos deste ano para atuação além da pandemia, é o cenário incerto dos combustíveis. “Em termos econômicos, tem que se adaptar para poder atender de forma diferente. A pandemia gera custo maior e o setor vem sofrendo, temos um problema sério que é a questão dos combustíveis, principal insumo do segmento. Por uma pressão de você ter que mudar a estrutura de operação, é difícil repassar, já existe uma inflação geral e fica nessa dificuldade”, contou Perez.

Fernando ainda destaca que a vacinação é a única saída para que toda economia e logística supere a crise econômica causada pelo novo coronavírus. “A expectativa agora está no avanço da vacinação, sabemos que o impacto da não vai acontecer logo, mas a expectativa é que do segundo semestre até o fim do ano tenha recuperação. Esperamos um impacto internacional sobre o petróleo e dólar, para um melhor custo dos insumos”, destacou.

Na avaliação do gerente executivo da Bomfim Cargas, Edinei Malvar, o que ajuda em uma boa atuação do setor são as empresas do comércio eletrônico. “O crescimento de pedidos teve aumento de 47% no ano passado em comparação com o ano anterior. O e-commerce é algo que chegou para ficar, aliado a isso, tivemos crescimento grande no segmento alimentício e de medicamentos, foi considerável e se mantém em alta”, declarou.

Malvar, pontua que as empresas do setor devem aproveitar a tecnologia como um recurso aliado no processo. “A tecnologia é aliada porquê da velocidade e credibilidade, é válido em toda cadeia. É um benefício de enormes proporções e viabiliza a operação logística. Apesar da incerteza, estamos motivados com e-commerce e outros segmentos que mantêm-se em alta, somos atividade essencial”, pontuou.

Portos
Nos dois principais portos do Estado, Porto do Recife e Porto de Suape, a expectativa é para que o ano de 2021 seja de desenvolvimento na estrutura dos equipamentos, para assim, mais cargas chegarem ao Estado.

No Porto do Recife, a expectativa para este ano é na realização da dragagem, para que assim navios maiores cheguem ao ancoradouro, como conta o diretor técnico, Artur Gusmão. “Estamos em via de dragagem do porto, que vamos ter maior profundidade e possibilitar que cargas mais pesadas cheguem aqui, quanto maior o navio, maior a profundidade, com isso teremos mais cargas e movimentação. Recife é um ponto de navegação de longo curso, e isso faz com que o Estado ganhe divisas com isso, tanto Recife quanto os outros acabam ganhando”, contou.

A expectativa positiva para o ano se dá por um bom início da movimentação de cargas em 2021. O mês de janeiro registrou um crescimento de 69,04%, comparado com o mesmo período do ano passado. O terminal esperava movimentar cerca de 82 mil toneladas de produtos, mas registrou a movimentação de 166 mil toneladas. Em janeiro de 2020, foram 98 mil toneladas movimentadas.

“O Porto do Recife tem uma localização estratégica, ele sempre foi muito importante na cabotagem e importação e exportação de cargas. Em março tivemos cargas atípicas, talvez não mantenha o volume crescente, mas ficaremos acima da média do período. A perspectiva é boa porque estamos em via de melhorar a infraestrutura portuária”, contou Gusmão.

Já no Porto de Suape, a expectativa é de que o ano de 2021 seja um ano para concretizar trabalhos e atrair novos investimentos, como conta o diretor de gestão portuária do Complexo, Paulo Coimbra. “É um ano repleto de incertezas, hoje ainda conhecemos pouco da doença. Esse ano de 2021 é um ano para concretizar o que Suape trabalha, para resultados de médio prazo, como o processo de licitação do terminal de granéis sólidos”, contou.

O Complexo portuário conta com uma movimentação de contêineres acima de 9%, acima da média, o que é considerado um bom termômetro para a economia.

Outra expectativa é de que novas montadoras façam a movimentação no Porto, o que aumentaria a movimentação no local. “Temos em negociação com empresas do setor automotivo, hoje operamos com Jeep, Fiat, Toyota e GM, e duas em tratativas. Com o fechamento da Ford, existe uma esperança de que um dos portos que opere com pátio de veículos, para absorver movimentação, já que a Ford continua a operar comercialmente no Brasil”, disse.


Fonte: Folha PE, escrita por Matheus Jatobá

Home | Institucional | Serviços | Clientes | Notícias | Localização | Contato

Todos os direitos reservados - © 2010

RGB Comunicação - Agência de Internet e Produtora de Vídeo